quarta-feira, novembro 30, 2005

Trago comigo o teu coração

I carry your heart with me(i carry it in
my heart)
I am never without it(anywhere i go you go,my dear; and whatever is done
by only me is your doing,my darling)
I fear no fate(for you are my fate,my sweet)
I want no world(for beautiful you are my world,my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you

Here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life;which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart

I carry your heart(i carry it in my heart)

E.E. Cummings

segunda-feira, novembro 28, 2005

Os meus olhos

Your Eyes Should Be Green

Your eyes reflect: Striking attractiveness and danger

What's hidden behind your eyes: A vivid inner world


Foi por pouco...
Os meus são castanho esverdeados
A cor muda com a alma e os sentimentos
De verde nos dias de angústia
A castanho escuro quando estou triste
A mel quando estou alegre
A avelã quando estou esfuziante

sábado, novembro 26, 2005

Encontro de olhares

Olhavam-se
E no seu olhar via-se tristeza e solidão
Vontade de voltar atrás no tempo e na vida
Para começar tudo de novo
Para viver novamente o sonho interrompido
O amor inacabado
A paixão que nunca se apagou

Mas era tarde demais
As coisas que foram ditas e das quais se arrependeram
Não podiam ser apagadas com uma simples vontade
A dor da desilusão não podia ser apagada mesmo com a verdade
E a oportunidade passada e perdida não podia ser recuperada

Olhavam-se
Uma dor imensa nos olhos escuros dele denunciava o sentimento
Uma lágrima solta nos olhos magoados dela traduzia a paixão,
a tristeza de ver a vida passar e saber que o amor se foi
a raiva de saber que o perfeito foi tornado imperfeito
e o sonho transformado realidade virou de repente passado
E a sintonia de duas almas gémeas se perdeu na rotina da vida
E na leveza de alma
Num momento fugaz e sem sentido
Que transformou duas vidas juntas
Em almas vazias e separadas

Olharam-se mais uma vez
Na face dela as lágrimas corriam
Lentamente levantaram a mão
E disseram adeus...querendo que fosse até já
Mas sabendo que não tinha retorno
E Viraram as costas ao sonho
E caminharam sós

sexta-feira, novembro 25, 2005

Esculturas de areia


Na marginal de uma cidade
O artista esculpia na areia de uma praia sem idade
Sonhos e ilusões que lhe alimentavam a alma
Transformando-as numa verdade
Que maravilhava
Quem por ali passava

Nos morros da cidade meninas e meninos
Vendiam drogas nas esquinas e nas ruas
E delas se alimentavam famintos
Na falta de comida de verdade
De vida e oportunidade

Nessa mesma cidade os turistas passeavam
Absortos e insconscientes
Da verdade que se escondia
Por trás de um samba ritmado
De um chopp gelado
De uma paisagem de retrato
De um sorriso dourado

E ao longe
Lá no cimo do morro
Mais um menino morria
Nas balas cruzadas
De um sonho que morreu
Antes mesmo dele nascer
E amanhecia mais um dia
de violenta realidade
Na cidade Maravilhosa

E como tão bem dizia o poeta:
Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
"Reinaldo Ferreira"

quinta-feira, novembro 24, 2005

O momento

O momento passou
Aquele momento em que ainda se vai a tempo
De dizer a palavra certa
De fazer o gesto desejado
De mostrar que se quer

O momento passou
Aquele momento que não é mais
Que uma linha ténue e frágil
Entre a dor e a separação - a partida
E a amor e a paixão - a vida

O momento passou
E quando quis voltar atrás
Já ele tinha partido
Ao encontro de outro momento
No qual tudo fosse diferente
E tudo fizesse sentido

terça-feira, novembro 22, 2005

O Muro





Por trás de um muro me escondi um dia,
Do outro lado o sol brilhava
Deste lado a escuridão caía
O outro lado era a vida e o sonho, a esperança
Deste lado estava eu e a minha alma cansada
E eu por ele espreitava
Vendo a vida passar solta e mansa
Em tons vibrantes e alegres

E voava a vida de encontro ao arco-íris da felicidade
E eu deste lado olhava, espectadora silenciosa e apagada
Enquanto uma lágrima pequena, quase invisível, escorria pela minha face
Transportando, tristeza, nostalgia,cansaço e saudade

Levantei a cabeça bem alto
Sacudindo a vontade de estar triste, acomodada, protegida
Ganhei coragem e pulei o muro num salto de vontade
Ao encontro da força, da alegria da vida
E seja o que for que ela me trouxer
Quero sim ser eu e viver, viver, viver

Poesia



Perguntaram-me um dia o que era a poesia
E eu não soube responder
Porque poesia não é mais que magia
Sede de querer e de viver
Que salta dos sonhos do poeta para a vida
Criando ilusões e acendendo os sentidos num bolero apaixonado

Poesia é uma explosão de sentimentos e ideias soltas
Num fogo de artifício colorido e pleno de paixão
Que se tansforma de repente em palavras mágicas e transpõe o real
Para o mundo da imaginação, do sonho, da ilusão

Poesia é olhar para o mar plano e calmo
E vê-lo revolto e apaixonado
É olhar para um pôr do sol e ver o futuro em tons de rosa
É olhar para os olhos de uma criança e ver um jardim colorido
É procurar nos olhos de um velho as rugas dos sentimentos

Poesia é aquilo que não se faz ...acontece
É algo que não se procura...existe em cada um de nós
É sentir o mundo de forma musical, com a alma e o corpo por inteiro
Com a entrega dos amantes e a procura dos infelizes

Poesia é...digam-me lá, o que é afinal?

PS - As fotografias deste blog, a não ser que de outra forma identificadas, são todas da minha autoria....

segunda-feira, novembro 21, 2005

Para que falar

Deitada, deixava os pensamentos correr soltos
Pensava nas palavras que nunca te direi
Nas confidências que nunca te farei
Nos sonhos que contigo nunca partilharei
Nos desejos que contigo nunca realizarei
No amor que contigo nunca viverei

Ao fundo tocava uma música que me fazia sonhar
Com momentos vividos e desejos confessos e saciados
Vividos contigo numa vida passada e distante
Num encontro a dois sem limites nem barreiras
Num toque lento, sensual,terno, cumplice e amante
Na troca de olhares que diziam tudo, mudos, sem palavras
E que sem falar partilhávamos
Ao desejar realizávamos
Ao calar dizíamos
Tudo o que eramos juntos
E hoje já não somos
Separados

domingo, novembro 20, 2005

De roupa nova

De roupa nova está este meu blog
Graças a uma amiga - a mar revolto
Que de revolto tem as ideias e sentimentos
Mas que de entrega e simpatia tem tudo o resto
Obrigada Lina por teres deixado o meu Blog tão bonito
Obrigada mundo dos blogs por poder conhecer gente assim
Amiga, desprendida
Como já não há

I guess I still love you



Procurei o revolto do mar para nele me acalmar, me perder, fugir
De uma angústia sem fim que tomou conta de mim, da minha alma
Ao ler a tua carta, chegada de mansinho e sem avisar nem pedir
Porque nela vi e li tudo o que procurei, tudo o que desejei,
Tudo o que desesperadamente queria ver e sentir
Em ti

Um dia cansada de procurar e não encontrar
Deixei-te, esqueci-te, atirei-te para o fundo do meu coração
Triste e magoada afastei-me de ti para me perder
De ti, do desejo e da paixão que me parecia só minha, sem retribuição
Que me fazia triste e vazia, sem horizontes, sem fuga, sem querer

Percorri um caminho longo...demasiado longo - para te esquecer
E quando pensava ter conseguido...chegou a tua carta - numa manhã morta
E veio plena de vontades, confessa de sentimentos, de quereres
Num grito angustiado de quem pensa ter perdido a alma sem retorno e sem volta

E tudo começou de novo

And I guess I still love you...more than I should

terça-feira, novembro 15, 2005

Os olhos



Dizem que os olhos são o espelho da alma
E quem a não tem? O que espelham então?

E os meus
Será que espelham a inquietude e o desassossego?
A desilusão e a mágoa?
A esperança e a vontade?
O amor e o desejo, a paixão?

Ou somente são duas testemunhas silenciosas e discretas da minha procura por ti?

sábado, novembro 12, 2005

De que adianta?

De que adianta vir ter contigo
Se olhas para mim e não me vês?
De que adianta estender-te a mão
Se passas por mim e não me procuras?
De que adianta procurar-te
Se não queres ser encontrado?
De que adianta amar-te
Senão queres ser amado?
De que adianta teres um dia procurado desesperadamente por mim
Se hoje não me queres?

domingo, novembro 06, 2005

O inverno da minha calma



Lá fora o sol brilha
Aqui, em mim, o inverno apossou-se da minha alma
Deixando-me assim ... sem cor e sem vontade
Plena de desejos escondidos e vontades perdidas
E assim me desencontrei de mim mesma e da minha calma
Transformando-me neste ser irreconhecível e mutante
Que como o vento se espalha pela vida
E estranhamente não deixa rasto nem marca
Na alma de quem ama
E sim naquela de quem não quer

sexta-feira, novembro 04, 2005

Enredada em ti



Deitáste-me a rede tal como um pescador no mar
E nela caí solta e desamparada sem conseguir fugir
A um fascínio que me enredou, um desejo que me prendeu
Um amor que se soltou
Ali e naquele instante
E sem querer dela sair
Me prendi na rede
Que lançaste e no amor que ofereceste