terça-feira, fevereiro 28, 2006

Brumas




















Madrugada sem dormir
Espreitei pela janela
Na bruma a lua chama-me
Magnética e misteriosa
Solitária como eu

Saio à rua ao encontro da luz da lua
Sigo o rasto por entre caminhos desertos
Numa noite fria em que o vento murmura gemidos e pedidos
E as nuvens escuras falam de histórias inacabadas

Caminho...lentamente e de destino escolhido
Ao encontro das memórias de noites perdidas
Junto ao mar e à luz da lua
Noites partilhadas e intermináveis
Desertas de mágoa
Plenas de silêncios e cumplicidade

O frio na noite desperta-me
A bruma que me envolve reconforta-me
Porque hoje a minha alma é negra
Plena de saudades e angústias
E no meio da praia escura
Onde finalmente aportei
Sinto-me leve e solto as amarras
Que me prendem à tristeza

E envolvida pela luz da lua
Renasço para as lembranças
E novamente me junto a ti
E sinto em mim
As tuas mãos
No meu ouvido
Os teus múrmurios
E sei...que mesmo longe
Estás aqui comigo

Deito-me na areia
Deixo o mar lavar-me a alma
E com ele vem a calma
Do soltar da angústia
Do acabar do pesadelo
E do chegar do momento
Em que só e plena
Me encontro conosco

sábado, fevereiro 18, 2006

És pegada marcada em mim























Chamaste e eu fui mais uma vez
Decidida a não querer
Resolvida a não ceder
A tudo o que me fazes ser e querer

A tua voz ao telefone lembrava momentos felizes
Estados de alma esfuziantes
Pedaços de arco-íris no cinzento da minha rota
Desejos infinitos, um amor que não tem fim

Fui amor....como sempre vou
Sempre que me queres e me chamas
Me tens
Quando me procuras e me buscas
Sou tua,
Hoje,ontem, amanhã
Não te resisto

És aquilo que tanto procurei
És vício que não quero largar
Veneno que tomo sofregamente
Desejo que não me deixa partir

És tanto quando estamos juntos
És infinitamente mais quando partes
És pegada na minha alma
Deixada e enterrada no fundo do meu ser
E que mesmo que queira arrancar de mim
Apagar do meu corpo
Esta ali...indelevelmente marcada

Mais uma ves me tiveste
Mais uma vez juntos acontecemos
Mais uma vez fui tua entregue e completa
Mais uma vez te deste intenso, sofrego, desesperado
E mais uma vez me disseste
"Parto para a semana..não sei quando volto..ou se volto"

E mais uma vez me parti em mil pedaços
Senti a alma gelar
O corpo desesperar
Com a tua partida repentina
Numa ida que nunca sabemos se tem regresso
Mas num amor que nunca perderás
Porque amor tu és
A pegada marcada na minha alma
Que me faz viver e ser eu

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A cadeira














Vês a cadeira solitária no meio da sala vazia?
Um dia já foram duas uma ao lado da outra
Como nós

Hoje a cadeira está só
No meio de uma sala vazia e fria
E eu vazia e só
Cansei-me de esperar por ti
E nunca te ver chegar

Olho a cadeira vazia de ti
A sala oca e sem sentido
E lembro-me de gargalhadas soltas
Momentos partilhados
Silêncios cumplices
Noites estreladas
Jantares a dois
Noites de amor intenso e entregue
Partilhas e sentidos e desejos

Lembro-me com nostalgia
Uma sombra de melancolia
Um mundo de tristeza
Um mar de saudade

Hoje vou deitar fora a cadeira da ilusão
E sentar-me na cadeira da esperança
Que não espera por ti
E adivinha outro amor chegar

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

O vazio




















Pedi-te um dia que me dissesses
O que os meus olhos te diziam
Olhaste para eles de relance
Num olhar desprendido e confiante
E disseste que te pediam:
Faz amor comigo

Estavas enganado meu querido
Os meus olhos simplesmente diziam
Ama-me como te amo a ti
Com paixão, desejo, e muito querer
Desesperadamente
Intensamente
Para sempre

Nesse olhar casual e superficial
Viste o que querias ver
O que te acalmava os sentidos
O que te saciava os desejos
Que te possuía as vontades
Que te satisfazia o querer breve
De estar comigo

Mas hoje amor se olhares
Só verás olhos vazios e sem sentir
Olhos magoados e inertes
Olhos cansados e desistidos
De tanto te querer
E não ter

Amo-te tanto....

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

As minhas manias






















Respondendo ao desafio da Lina

As minhas manias


Discutir,discutir, discutir..quando tenho razão
Morder o lábio quando estou concentrada
Ficar no computador até de madrugada...e ver nascer o sol
Ler sempre a última página do livro (Lina....é melhor k a do meio lol)
Não conseguir resistir a um bolo de chocolate

E
pronto e mais nada....

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Ainda és meu




















Estás entranhado em mim
Profundamente
Sem retorno
Desespero-me por ser assim
Porque acordo e não te tenho
Sinto-me amordaçada, perdida, desorientada
Pela falta que sinto de ti

Fecho os olhos meu amor perdido
E vejo em mim cada detalhe de ti
Desenho com os dedos cada pedacinho do teu corpo
Procuro com os lábios a maciez da tua boca
A sofreguidão do teu beijo
E não encontro
Mas sinto a sua presença
Profundamente vincada em mim

Fecho os olhos e oiço a música
Que invade o espaço à minha volta
Levando-me em recordações ao pé de ti
Inspiro lentamente e com volúpia
Sinto o teu cheiro invadir-me
Inebriando-me os sentidos
Tomando-me o juízo
E perco a noção do que faço
Pela força da tua presença em mim
Pela dor da tua ausência aqui

Não te procuro, não preciso
Porque já te tenho comigo
Sim, tomaste conta de mim e do meu corpo
Dos meus sonhos e das minhas ilusões
Das minhas memórias e dos meus desejos
Dos meus prazeres e das minhas procuras
Das minhas vontades e quereres
Sim, sinto-te aqui mesmo tendo partido
És parte de mim e do que sou
Mesmo que queiras não o ser

É inevitável,
Mesmo fugindo de mim
És meu
Mesmo desistindo de nós
És meu
Mesmo não te vendo
Serás sempre meu
Porque em mim ficáste
Tão profundamente marcado
Que mesmo amordaçada a minha alma
A minha vontade está solta

E
Sinto-te, tenho-te, quero-te
És meu e estás aqui
Sempre presente em mim