sexta-feira, julho 02, 2010

Mais uma vez

Mais uma vez vieste com o teu jeito manso
Despreocupado
Culpado
Fechado
Desprendido

Desta vez algo me dizia que seria diferente
Que por fim serias meu
Que por fim confessarias
Que era eu quem procuras
Quem desejas
Quem queres

Eu...só eu

Mais uma vez me atordoaste
Confundis-te
Magoaste
Impregnaste
Possuíste
Tomaste conta
De mim, do meu eu, da minha alma

Mais uma vez me afastei
Fugi
Perdida
Destroçada
Quebrada
Entontecida
Enredada
No sem fim dos teus olhos que me cativam

Mais uma vez me procuraste
Mais uma vez quis que me encontrasses
Mais uma vez senti
Que nunca haverá mais uma vez

Disse-te adeus, as lágrimas corriam lentamente
Não as viste
Não as sentiste
Não me chamaste

Implicitamente mais uma vez mostraste
Que o meu eu não é teu

Mais uma vez....

quinta-feira, novembro 12, 2009

Fénix

Fui engolida num remoinho de vida
Um remoinho sem fim
Que me puxa para o fundo
Me tenta afogar
Procuro fugir
Procuro escapar
Ás vezes parece não ter fim nem fuga

No desenrolar do remoinho me perdi
Fugi de mim
Pretendi não existir a dor e o desespero
De procurar uma solução que parece não existir

Desesperadamente me agarrei a tudo o que sou
A tudo o que tenho
A tudo que sempre quis e sonhei

O remoinho contínua
A dor permanece
A esperança não morre mas abala
E a vida contínua mesmo sem luz

Um dia, que espero breve
Este momento não será mais que um passo
Na aprendizagem da vida
E a vida voltará a sorrir
E o meu eu ressurgirá
Que nem uma fénix que se ergue das cinzas

Uma vez mais
Como ontem
Como antes
Como sempre

quarta-feira, novembro 11, 2009

Amo-te
Porque te amo
Porque não preciso de razões
Para te amar
Amo-te
Apesar das fugas
Dos defeitos
Das marcas que deixas
Indelevelmente fixas na minha alma
E nos meus sonhos
Amo-te
Sem querer pedir que me ames também
Amo-te
Sem esperar que um dia o vejas
Sintas
Ou mesmo adivinhes
Amo-te
Pela simples razão
Que te amo
Porque gosto de te amar
Amo-te
Porque como tão bem diz a canção:
Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...Me esqueci!
De tentar te esquecer
Resolvi!
Te querer, por querer
Decidi te lembrar
Quantas vezes
Eu tenha vontade
Sem nada perder...

segunda-feira, junho 18, 2007

Gotas de chuva




Caía a chuva em gotas tristes e geladas
Em cada pétala marcadas
Pela força do presente
Caía a chuva e em cada gota trazia
Um sonho, uma ilusão, uma esperança
Um pesadelo, uma desistência, uma desilusão
Que se transformavam no poder de querer
Na força de viver
No desistir de tudo
No deixar de querer
Conforme assim o ditava
A força do pensamento
O desespero do sentimento
A ilusão do muito querer
E não ter....

domingo, junho 10, 2007

Procuro a alma perdida e a imaginação que me foge





Tento lembrar-me de quantas vezes o tentei
Sempre sem conseguir
De quantas vezes procurei
De tantas e tantas que me perdi na busca
De memórias que se evadem de mim
Sei que ela está lá
Ou pelo menos o que dela ficou
Sei que um dia ela voltará a ser o meu eu
Mas até lá sobra um vazio insuportável
Um busca constante pelo retorno da minha essência
Uma infindável angústia
Um perder de forças e sonhos

Até vou passando por aqui
De uma forma intermitente e errática
Que nem a mim me satisfaz
Sabendo que o desespero da tua fuga
Me deixou assim...vazia

Volta...imaginação minha

terça-feira, novembro 07, 2006

A corrente





Agachei-me
Calma e angustiadamente apanhei do chão
Cada pedacinho de mim
Apanhei-os com muito carinho
Por em cada um deles estava contido
Um pedacinho de ti
Um pedacinho que em mim fica marcado
Embebido e cravado
Com a força do meu querer
Fui encaixando cada pedacinho
Sabendo que mais alguns íam faltar
Sabendo que mais uma parte de mim se perdeu
Para o fim deixei os pedacinhos
Que correspondem ao coração
Aqueles onde a tua presença é mais forte
E a dor de te perder é mais aguda
Terminei de me reconstruir
E num rasgo de lucidez
Acorrentei os sentimentos e os quereres
E deitei a chave fora
Levantei a cabeça
E segui em frente
Solitária e gelada
Em mais uma estrada da vida

segunda-feira, junho 12, 2006

Olhar para trás














Não olhei para trás
Sabia que lá não estavas
E mesmo que por um acaso do destino
Tu lá estivesses
Eu não olharia para trás
Porque o teu tempo passou
Diluído na dor que me causaste
Na tristeza de seres tão menos
Na desilusão de seres tão pouco

Para trás olhei
Mas para aqueles que comigo ficam
Nas horas boas e más
Para aqueles que tanto são
Na simplicidade de simplesmente ser
Amigos e companheiros
Leais e indispensáveis
Porque aqui meu ex-amor
O descartável acabas sendo tu
E apesar do amor aqui morar
Apesar da paixão ser para ficar
Desisti de te esperar
De olhar para trás e nunca te ver
E avancei em direcção ao mundo e ao futuro
De mãos dadas com os que me querem

E não quis olhar para trás
E não volto a olhar para onde estás
Passaste a página virada
Num destino e num futuro
Que se querem brilhantes